Veja o que pesa contra e a favor do consumo neste semestre

‘PEC Kamikaze’, aumento da massa real de rendimento e maior demanda por crédito devem dar gás para o comércio. – Por Fátima Fernandes, Diário do Comércio

Depois de dois anos seguidos de queda, a massa real de rendimento dos trabalhadores brasileiros deve subir 3,7% em 2022, de acordo com projeções da MacroSector Consultores.

Em 2020, a massa real de rendimento caiu 6,6% e, em 2021, 0,2%. O pessoal ocupado deve subir 8%, após cair 6,9% em 2020 e subir 3,6% em 2021, de acordo com a consultoria.

“Para o comerciante que estava com a corda no pescoço, quase sem ar para respirar, vai ser um alívio a injeção de R$ 41,2 bilhões na economia”, diz Fabio Silveira, sócio da MacroSector.

As condições de mercado, de acordo com ele, já estavam mais favoráveis até mesmo antes da aprovação da ‘Pec Kamikaze’, em razão do aumento do pessoal ocupado.

A massa real de salário, de R$ 260,9 bilhões por mês, prevista pela MacroSector para 2022, já apontava para um crescimento. No ano passado, o valor foi de R$ 251,6 bilhões por mês.

“O cenário está mais favorável. O país não está dando marcha à ré, está andando para a frente, devagar, depois do tombo de 2021”, diz ele.

A demanda por crédito, que cresceu 8,5% no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2021, de acordo com a Boa Vista Serviços, é outro indicador a favor do consumo.

Até porque o varejo não depende somente de salários para ter bom desempenho.

O acesso ao crédito é também muito importante, especialmente para os setores que comercializam produtos mais caros, como carros, eletroeletrônicos e móveis.

Apesar de ter registrado uma queda de 1,9% em junho em relação a maio, a demanda por crédito, de acordo com a Boa Vista, ainda é muito forte e deverá encerrar o ano em alta.

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