Entrevista de Fábio Silveira ao Portal Varejo Em Dia
Após três anos de queda, o setor de serviços deve voltar a crescer neste ano. Mas o avanço será tímido.
Esse setor depende da melhoria da renda, do emprego e do crédito – indicadores que demoram para se recuperar dos efeitos da grave recessão que atingiu o país.
Para Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores, o crescimento deve ser de 0,7% neste ano sobre o anterior.
No ano passado, o setor de serviços caiu 2,8% sobre 2016. E, no acumulado desde 2015, o tombo chegou a 11,4%.
“Neste ano, o avanço será tímido ainda perante os três anos de ‘surra’ que o setor levou”, diz Silveira.
O que explica esse crescimento contido, segundo o economista, é que a indústria e o varejo, setores que puxam a área de serviços, não têm um processo de aceleração significativa.
“Esse setor também depende de renda. E, apesar de ela ter apresentado melhora, está sendo canalizada mais para o consumo de alimentos, por exemplo, do que para os serviços.”
RENDA ESTÁVEL
O rendimento médio de todos os trabalhadores permaneceu estável em todas as regiões do país, segundo a pesquisa PNAD contínua mais recente divulgada pelo IBGE.
O rendimento foi estimado em R$ 2.198 no segundo trimestre (abril, maio e junho) e apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior, quando a renda foi de R$ 2.192.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, a renda cresceu 1,1% – ou seja, era de R$ 2.174 e passou para R$ 2.198.
POR SEGMENTO
Em junho, o volume de serviços prestados no país avançou 6,6% na comparação com maio, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, também divulgada pelo IBGE.
Os segmentos que se destacaram de forma positiva foram: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceram 15,7% em junho ante a perda de 10,6% verificada em maio.
Os que mais perderam foram: serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,5%) e serviços prestados às famílias (-4,0%).
Entre os serviços relacionados às famílias, a maior queda ocorreu principalmente em restaurantes.
Foto: O segmento de restaurantes foi um dos que mais sentiu a queda no setor de serviços prestados às famílias
Crédito: Diogo Moreira/A2 – Fotos Públicas