Por Mauro Zafalon – Folha de São Paulo (11/01/2017)
O aumento de área e a supersafra do ano passado movimentaram o setor de fertilizantes.
A entrega de produto pelas indústrias deverá atingir o recorde de 35 milhões de toneladas, superando os 34,1 milhões de 2016.
A estimativa é de Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector. Ele atribui esse aumento do uso de fertilizantes à alta de 3% da renda no campo em 2017. A renda veio basicamente da soja, do milho e da laranja.
A maior venda de adubo no campo gerou também a necessidade de um aumento nas importações do produto.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, as compras externas atingiram 28,6 milhões de toneladas no ano passado, acima dos 24 milhões de 2016.
Mesmo com o recorde no volume importado, os gastos foram de US$ 7,3 bilhões, abaixo dos de 2013. Naquele ano, o país importou 22,7 milhões de toneladas, com gastos de US$ 8,9 bilhões.
O consumo de fertilizantes, que tem mantido taxa média anual de crescimento de 4,5% nos últimos 25 anos, deverá ficar estável em 2018, podendo até ter um pequeno recuo.
A queda na safra de grãos não será suficiente para elevar os preços domésticos e não há muito espaço para novas altas no mercado externo.
Com isso, a renda dos produtores ficará estável neste ano. Se aumentar, será a uma taxa modesta, segundo Silveira.
A estabilidade nas receitas dos produtores vai inibir novo crescimento nas vendas de fertilizantes, prevê.
Alimentos – Importantes na redução da taxa inflacionária do ano passado, os alimentos terminaram 2017 pressionando a taxa. A alta foi de 0,54% em dezembro, conforme o IPCA.
Novas altas – Os alimentos, somados a combustíveis, vão manter a taxa de inflação em alta no primeiro bimestre, segundo analistas da MacroSector. Eles preveem uma inflação de 0,50% ao mês.