Por: Catarina Pedrosa (*),
(*) Analista responsável pelo relatório.
O Ministério da Indústria e Comércio publicou os resultados de exportação na primeira semana de outubro, que mostraram piora no volume total embarcado de carne in natura bovina e de frango, mas com preços médios melhores em relação à semana anterior. Já carne in natura suína mostrou melhora em termos de volume, mas piora em termos de preços médios na primeira semana de outubro em relação a última semana de setembro. Para as empresas frigoríficas, é importante olhar a comparação ao ano anterior, sendo que a análise semanal serve mais para dar uma indicação de tendência. Os volumes exportados tanto de carne bovina como de frango tiveram melhora em relação a setembro/16, aumento de 27,9% na bovina e em 26,3% na de frango. O preço médio da carne bovina na semana teve queda de 1,7% em relação à set/16, mas a de frango teve alta de 4 ,8%. Já a exportação de carne suína teve piora tanto de volume, com queda de 1,1% em relação a sete/16 e de preço que recuo 3,8% no período.
As exportações de carne de frango e de suínos são importantes para a BRF, que é responsável por 50% das exportações brasileiras do carne de frango in natura. As exportações de carnes de aves representam 55% do faturamento da BRF enquanto a exportação de suínos representa apenas 8%. As exportações de frango nos primeiro nove meses do ano mostraram alta de 7,6% em termos de volume, mas com faturamento 1,5% menor do que no mesmo período de 2016. Esses dados levam o consenso de mercado a projetar uma queda de 9,2% no EBITDA da BRF no ano de 2017, mas uma reversão no prejuízo de 2016 para um lucro de R$435 milhões no ano, ainda pífio. O próximo evento, esperado pelo mercado, é o anuncio do novo Presidente, uma vez que Pedro Faria sairá do comando da empresa em 31 de dezembro deste ano.
Os grandes exportadores de carne bovina, a JBS e Marfrig, devem se beneficiar dos dados positivos publicados. Porém, em termos de resultado, as exportações não são relevantes. O faturamento da JBS vem principalmente das suas empresas localizadas no exterior. A receita da JBS Mercosul, da qual o Brasil representa cerca de 70%, representa apenas 15% da receita total da JBS, demonstrando a pouca significância das exportações brasileiras para o resultado consolidado da JBS. Já para a Marfrig, as exportações de carne bovina são um pouco mais importantes. Beef representa 74% das vendas totais, com as exportações representando 46%. Portanto exportação de carne bovina participa com 34% na receita total da empresa. O consenso de mercado prevê um crescimento de 1,4% no EBITDA da Marfrig em 2017 e de 4,5% para a JBS. Para o lucro líquido o consenso é de reversão do prejuízo da Marfrig para um lucro de R$211 milhões e crescimento de 139% do lucro da JBS, mas ainda uma queda de 81% em relação ao lucro que a empresa apresentou em 2015. O próximo evento para os frigoríficos de carne será a assembleia geral da JBS, a ser realizada a pedido do BNDES, que pretende destituir todos os membros da família Batista de cargos de gestão da empresa.
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