Em setembro, houve a geração líquida de 157,2 mil empregos formais no país, segundo o CAGED, mantendo o mercado de trabalho em trajetória positiva no terceiro trimestre. O bom resultado de setembro reforça o movimento de ampliação de vagas já observado em agosto e julho (125,9 mil e 48,9 mil empregos, respectivamente); e supera a marca verificada em igual mês de 2018 (151,0 mil postos de trabalho).
Desse modo, nos nove primeiros meses de 2019, houve a criação de 761,8 mil empregos, ou seja, 6% a mais do que em igual período do ano passado. E, nos últimos doze meses terminados em setembro, houve a contratação de 548,3 mil pessoas, em termos líquidos, indo além do observado no período Out2017-Set2018, quando foram gerados 459,2 mil postos de trabalho.
A expansão de vagas em setembro foi liderada pelo setor de serviços, que criou 64,5 mil empregos formais, devido, em grande medida, à ampliação do crédito à pessoa física e da massa real de rendimento ao longo de 2019.
Outro setor com relevante contribuição para o saldo positivo de setembro foi a indústria de transformação, que gerou 42,2 mil postos de trabalho, por causa do maior dinamismo, sobretudo, do segmento de alimentos e bebidas, que criou 32,1 mil vagas, em resposta também à elevação do volume de financiamento e à melhora da renda das famílias na economia brasileira.
Cabe destacar ainda a evolução da construção civil, que procura ensaiar alguma recuperação. Em setembro, este setor, cujo potencial de empregabilidade é grande, gerou 18,3 mil empregos, ou seja, 47% acima do mesmo mês de 2018.
Para os próximos meses, a expectativa é que o mercado brasileiro de trabalho continue reagindo favoravelmente, devido à queda de juros havida no país neste ano, o que tende a levar a geração líquida de emprego a beneficiar: a) 560 mil pessoas no fechamento do ano de 2019; e b) 630 mil pessoas, nos últimos doze meses terminados em junho de 2020.
Por outro lado, três fatores seguirão sendo adversos para o crescimento futuro de produto e emprego no Brasil: a) a nebulosidade em torno das discussões sobre a Reforma Tributária no Congresso Nacional; b) o baixo fôlego da indústria local, que ainda opera com grande ociosidade; e c) as incertezas associadas à guerra comercial EUA-China, que podem prejudicar, ainda mais, as exportações brasileiras em 2020.